Trabalho apresentado no "XIII ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA: A
ESCRITA DA HISTÓRIA" em Londrina- PR
Introdução
Esta pesquisa analisou a influência da mídia no processo de transformação
de um jogador em ídolo do futebol brasileiro. Como destaca Rúbio (2002, p.101) “A polaridade do amor e ódio, vivida
coletivamente leva a um redimensionamento da importância do fenômeno esportivo
para a sociedade moderna, que tem na mídia seu principal divulgador e aliado,
bem como, tantos outros eventos locais”.
Metodologia
Trata-se de um
estudo de caso, quanti-qualitativo, que analisou uma parte da carreira do
atleta Romário, a partir dos discursos emitidos pelo Jornal Folha de São Paulo, (considerado um dos principais periódicos nacionais,
inclusive influenciando na construção do
imaginário coletivo). Para
alcançar o objetivo proposto optou-se em analisar a trajetória construída a
partir de janeiro de 1988, período de consolidação deste jogador na seleção
brasileira, momento em que Romário tornou-se um dos protagonistas na
conquista da medalha de prata nas
Olimpíadas de Seul, o que lhe possibilitou iniciar sua carreira internacional no PSV Eindhoven.
A análise discursiva foi até dezembro de 1994, ano da copa do Mundo
dos Estados Unidos, na qual o Brasil sagrou-se tetracampeão mundial e Romário
foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA.
Resultados e Discussões
Durante o período analisado localizou-se 1.634 reportagens. Com
base em análise do conteúdo (Bardin, 2002) emergiram as seguintes categorias:
Entre os resultados encontrados o ano
de 1994 se destaca como o ápice de reportagens sobre o atleta, esse ano sozinho
teve mais reportagens do que somando os anos de 1988 a 1993. Grande parte delas
relatam sobre a seleção brasileira, sendo: – 1) as
manifestações coletivas em prol da convocação de Romário para a copa de 94,
pois o atleta era duvida devido as polêmicas e indisciplina
que estava constantemente envolvido; 2) O discurso presente no Jornal Folha de
São Paulo, apresentou um discurso favorável a convocação deste jogador e após a
Copa do Mundo deu grande destaque a sua atuação, considerando-o um dos
principais responsáveis pela conquista do título.
Conclusão
Durante o período analisado o Jornal
Folha de São Paulo produziu matérias sistemáticas sobre este jogador,evitando
desta forma que ele fosse esquecido. Além disso, o discurso era favorável a
imagem do “baixinho”. Estrategicamente o jornal silenciava ou dava pouca ênfase
aos acontecimentos polêmicos como
indisciplina ou falta aos treinamentos. Por outro lado, o jornal
exaltava os seus gols, as suas conquistas, principalmente o prêmio de melhor
jogador do mundo e a Copa de 94, no qual o jornal coloca Romário como ídolo e
salvador da pátria.
Referências Bibliográficas
BARDIN,
Laurence. Análise de conteúdo. Trad.
Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 2002.
HELAL, R.
A construção de narrativas de idolatria no futebol
brasileiro. Revista Alceu, Rio de Janeiro, v.4,
n.7, p. 19 – 36, jul./dez. 2003.
HELAL,R. Idolatria e malandragem: a cultura
brasileira na biografia de Romário. Revista Brasileira de Ciências da
Comunicação, v.26, n.2, p. 24 -39,
julho/dezembro de 2003.
RUBIO, K.
O Atleta e o Mito do Herói: o
imaginário esportivo contemporâneo. São Paulo: Editora Ltda, 2001.
Att. Edilson de Oliveira